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Image by Matteo Jorjoson

Como a COVID-19 tem afetado o psicológico coletivo?

10 de Outubro de 2021

No momento em que as primeiras notícias a respeito do novo coronavírus foram ouvidas, não se imaginava, a princípio, que o caso tomaria a proporção mundial. Quando a covid-19 atravessou fronteiras e chegou ao nosso território, não demorou muito para que toda a população estivesse alarmada e que muitos adotassem protocolos de distanciamento social. Nos primeiros meses de pandemia, ainda havia muito cuidado por parte de muitas pessoas quando se tratava do vírus. Mas, conforme os meses foram passando e os números só aumentaram, por algum motivo, a população pareceu simplesmente deixar de se importar.

Festas e aglomerações, o que se viu por meio das redes sociais foi um cenário usual do antigo mundo ao qual se estava acostumado. Mas por qual razão o comportamento dos brasileiros se alterou desta forma com o passar do tempo durante a pandemia de covid-19? 

A psicóloga e cooperada da Unimed Chapecó, Carla Andreza Zeni Baú, explica que a mudança no comportamento depende dos recursos de enfrentamento de cada pessoa.

“As necessidades psicológicas, o medo da contaminação e o distanciamento social afetam os relacionamentos, senso de competência para agir e senso de autonomia para tomar decisões. Isso faz a população se acostumar com a ameaça e aderir pouco às medidas e cuidados”, aponta a psicóloga.

Segundo Carla, para quem vive a cultura de socializar, estar em isolamento não é uma tarefa fácil. “Somos seres biopsicossociais, tendo a socialização como um fator necessário para o nosso desenvolvimento intelectual. Diante da pandemia, cada pessoa reage de uma forma diferente. Ou seja, depende da história de vida, crenças, valores, da comunidade em que se vive também”, explica.

Porém, não se pode culpar apenas uma faixa-etária de pessoas pelo cenário que é visto atualmente. De acordo com a psicóloga, todos são responsáveis. “A percepção de ameaça à liberdade torna-se fonte de estresse, fazendo com que algumas pessoas apresentem estratégias mal adaptativas como negação, evitação e pensamentos de fuga”, destaca. Isso também vale para o quanto as pessoas têm segurança no processo de imunização por meio da vacina. “O excesso de dúvidas e informações desenfreadas podem ser um gatilho e tendem a alimentar mais medos sobre isso. Tem alguma dúvida? Consulte fontes confiáveis ou seu médico de confiança. Eu vejo que é muita informação desencontrada e que muitas pessoas têm se desestabilizado em relação a isso”, afirma.

AUTOCONHECIMENTO E EMPATIA

A psicóloga e cooperada da Unimed Chapecó, Carla Andreza Zeni Baú, explica que antes da pandemia as pessoas tinham liberdade e isso foi tirado delas de repente. O fato de as pessoas estarem privadas do que é comum à sua cultura tem causado sofrimento psíquico. “A cultura é do abraço, do beijo, é de confraternizar, mas neste momento temos que nos reinventar para uma dimensão de cuidados”, aponta.

Carla ressalta formas de estar presente durante a pandemia. “A gente pode sim estar presente com as pessoas, nos colocando à disposição, fazendo uma videochamada, enviando uma mensagem. Importante também é perguntar qual é a forma que a outra pessoa gostaria de ser ouvida. É empatia, colocar em prática nos tempos de hoje. Saber ouvir é estar presente” pontua a psicóloga.

Carla afirma que é difícil prever o cenário futuro para o comportamento humano, mas que as pessoas têm investido mais em autoconhecimento. Segundo ela, a tendência é que as pessoas procurem cada vez mais atendimento psicológico. “Aumentou-se, sim, essa demanda. As pessoas têm tido mais essa necessidade por situações relacionadas a questões de insegurança, medos, luto, estresse pós-traumático”, afirma.

De acordo com a psicóloga, o cuidado contínuo, sistemático e integrativo começa pela mudança de pensamento. Para ela, investir em autocuidado é um ato de amor consigo mesmo, pois dá a oportunidade de construir uma relação saudável com a vida. Uma das recomendações de Carla é o auxílio psicológico, que pode ser uma opção neste sentido. A Medicina Preventiva – Espaço Viver Bem da Unimed Chapecó – realiza atendimentos on-line com psicólogos para facilitar a proximidade durante a pandemia. “Buscar atendimento psicológico é investir em autoconhecimento”, pontua.
Créditos: Revista Visão Hospitalar

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